sexta-feira, julho 31, 2009

31 de julho - Pequim

Acordamos cedo pra tomar café no restaurante do trem. Quando entramos na China, o restaurante do trem, que era da Mongólia, agora era um restaurante chinês, e disseram pra gente que a gente devia comer no restaurante chinês com certeza. Mas o café da manhã não foi nada tão especial assim, ou pelo menos nós não achamos tão especial. Voltamos para nossa cabine, e deixamos todas nossas malas prontas.
Mais ou menos às 11h voltamos ao restaurante pro almoço e, dessa vez, até que tenha bastante gente. Mais uma vez, não vimos nada de especial mas, mesmo assim, muito melhor que Cup Noodles ou pão com queijo.
Por volta das 14:30 chegamos na estação de Pequim, e sentimos o calor. Quando saímos da estação, vi aquilo que passava na TV. Os moradores de Pequim simplesmente não sabem o que é sol. A cidade é tão poluída que não se enxerga muito longe, e o que a gente diria ser o céu, é completamente cinza, e denso. Além disso, nessa época, a umidade relativa do ar é de aproximadamente 90%, o que faz de Pequim uma estufa gigante, mas sem sol.
Chegamos ao hotel e ficamos pouco tempo. Como nossos próximos tres dias serão muito cheios e os “shoppings populares” fecham por volta das 19h, nem tomamos banho e fomos direto fazer compras. E mais uma vez, como vi na TV, como na cobertura das olimpíadas ano passado, é impressionante. É como um Oiapoque gigante, e muito mais barato. Além disso, o preço que os vendedores falam já é barato. Mas sabendo pechinchar o preço ainda pode abaixar mais. E eles realmente não gostam de deixar de vender. Se você falar que não quer de jeito nenhum, eles dão um jeito de abaixar tanto o preço que você se sente até desconfortável em não pagar.
Depois de gastar um dinheiro razoável voltamos para o hotel, jantamos, tomamos banho, testamos algumas coisas que compramos e, finalmente, dormimos, até que um pouco tarde.

Café da manhã


Almoço... não, esse não é meu prato!


Esse sim!


vista da viagem, já na China
























quase chegando, em Pequim


na estação










Hong Qiao "Black" Pearl Market








quinta-feira, julho 30, 2009

30 de julho - trem pra Pequim

Acordamos com a esperança de um café da manhã bom, por estarmos em um hotel caro. Primeiro, tivemos que tomar banho nas duchas da sauna, que era as únicas do hotel com água quente. Depois, o café da manhã não foi bom. Então nossa guia chegou, pra nos levar até o trem. Ela e o motorista deram uns presentinhos pra gente, então vimos que eles realmente gostaram da gente, assim como nós gostamos deles. Nossa guia realmente fazia tudo que podia por nós, até saiu na chuva pra procurar internet perto do hotel.
O trem era praticamente do mesmo nível do último, mas era bem mais limpo, tinha um ventiladorzinho, e as pessoas eram mais simpáticas, o que dava a idéia de que o trem era muito melhor. No início da viagem nós dormimos bastante, depois de termos dormido mal por algumas noites. Depois de algum tempo viajando pelo deserto, o verdadeiro Deserto Gobi o que trazia um pouco de areia para dentro do trem e dava muita sede, cegamos na fronteira da Mongólia e recebemos, então, mais e mais papéis para preencher. Passando um tempinho, chegamos à China, e já era noite.
Aí aconteceu algo interessante. Os vagões tiveram que trocar de carro, ou algo do tipo. Isso por que os trilhos na China são de uma largura diferente da largura dos trilhos na Mongólia e, naturalmente, da Rússia. Era assim: primeiro os vagões eram separados uns dos outros; então cada um era levantado, separando do carro, ou das rodas; aí um carro chegava e tirava todos os carros que vieram da Mongólia; depois um outro carro trazia cada um dos carros pra China; e aí os vagões eram colocados novamente nos carros. Pro trem vindo da China pra Mongólia era o contrário.
Pouco tempo mais tarde, pudemos sair do trem em uma estação, e nela havia uma loja. E realmente eu fiquei impressionado com os preços. Era tudo muito barato, e a gente estava ma primeira estação, o que significava que não deveria ser tão difícil de achar alguma coisa mais barata. Voltamos para o trem e tentamos dormir.

despedindo


cabine


estava MUITO quente


compras básicas


chegando onde trocam os carros


plataformas




vagões suspensos, carros embaixo










loja


nossa cabine, vista de fora

quarta-feira, julho 29, 2009

29 de julho - Ulan Bator

Acordamos mais tarde que ontem, já que não precisávamos mais tirar leite das vacas. Tomamos o mesmo café da manhã de sempre, e ficamos felizes que era a última refeição nômade. Despedimos-nos da família, e fomos embora nos despedir da nossa primeira família. Depois disso, voltamos pra cidade grande, Ulan Bator. Direto para o nosso hotel, chegamos às 11h, mais ou menos, e cada um tomou um bom banho. Eu fiquei escrevendo algumas coisas no meu diário depois do banho, enquanto o Ludovic dormia, até que, às 14h, nossa guia chegou pra gente ir almoçar. A gente não sabia direito, então decidimos ir de novo no primeiro que a gente foi, o BD’s Mongolian Barbecue, por que lá poderíamos comer muito, beber muito, e o que a Evelyne mais queria: comer verduras!
Assim como no primeiro dia, foi muito bom e, depois de muito tempo, comemos muito, e bem! Depois do almoço fomos fazer compras. Primeiro alguns presentes, depois umas coisinhas pra nós, pra comer no trem e hoje à noite. Depois voltamos pro hotel, começou a chover, e fomos pra um lugar com internet.
Depois de ser mandado embora pela “dona” do lugar, voltei pro hotel, comi um dos sanduíches que compramos, escrevi meu diário, e consegui ligar meu mp3 player de novo, e escutar músicas! Estava com saudade disso também.

Horrível!


tudo ruim! só o suco salva!








hotel


=)

terça-feira, julho 28, 2009

28 de julho - nômades

Acordamos às 05:30, e como o café era só lá pras 08:00, comi uns biscoitos e tomei uma sopa. Às 06:00 era a hora de tirar leite das vacas. Para quem nunca fez isso, realmente é muito difícil. Primeiro que é tudo muito sujo, e também parece que as vacas da Mongólia têm tetas menores que as brasileiras, ou pelo menos que as belgas, segundo a Evelyne. A gente percebeu que esse leite que a gente estava tirando era o mesmo leite que os bebês vaca bebia, e por isso era tão ruim.
Depois de muito tempo, e muita dor nos dedos, pouco leite. Mas pra primeira vez, acho que nem foi tão pouco assim. Ainda era cedo, e dormimos um pouco antes do café. Para nossa felicidade, tomamos café na nossa cabana. Pra variar um pouco, biscoitinhos sem gosto. Mas para acompanhar, primeiro a manteiga que a gente já conhecia. Mas além dela, um creme feito a partir de leite de cabra. Tentei comer meia colher, e quase vomitei. A pior coisa até o momento, e fiquei feliz que a gente tinha trazido biscoito com a gente. Pra não deixar muito creme na vasilha, colocamos um tanto em uma sacola e jogamos no lixo, e alguns biscoitinhos, nós jogamos pros cachorros que estavam na porta da nossa cabana, e tudo bem. Eles pareceram gostar dos biscoitos.
Quando acabou o café, chegou a hora de mudarmos, como nômades. A família não ia mudar com a gente. A gente achava que faríamos uma mudança de uns 15 km, mas não foram nem 5. A gente foi pra tipo onde moram uns parentes do Aguan, então foi só nossa cabana. Pra desmontar foi até fácil. Primeiro tiramos tudo de dentro. Malas, camas, mesa. Depois tiramos as coberturas do teto e paredes, feitas de lã. Aí desmontamos o teto, as paredes, e pronto. Organizamos tudo pra caber no carrinho puxado pelo cavalo, e fomos andando.
Chegando ao nosso novo lugar começamos a montar a cabana, exatamente pelo caminho inverso. Primeiro as paredes, que se encaixavam de um jeito certinho, e aí cordas seguravam umas às outras. Aí colocamos a porta, e montamos o teto. Para montar o teto, primeiro colocamos duas pilastras para suportar a parte central. Então eu fiquei segurando as pilastras para que elas não se movessem, e a parte central não girasse, enquanto o resto das pessoas colocava os “palitos” que ligavam a parece à parte central, formando o teto. Feito isso ficou fácil. Só colocamos as coberturas pras paredes e para o teto, o chão, a mesa, e as camas. Nossa cabana estava pronta.
Depois de montarmos a cabana percebemos que eles estavam depilando as ovelhas. Mas não era com máquina, e sim com tesouras, o que achamos estranho. Eles deixaram a gente tentar, mas depois de umas tres tesouradas eu desisti, com medo de machucar as ovelhas. Quando um cara acabou com a ovelha que ele estava, pediu pra eu pegar outra. Foi até fácil, mas depois eu deixe ela escapar, e pra pegar ela de novo, agora que ela estava na área grande, foi bem difícil. Tem que pegar pelo pêlo das costas e da nunca, mas elas correm muito, e ainda ficava mais difícil por que a que eu queria estava no meio das que já estavam depiladas, o que atrapalhava. Mas eu consegui, e aí fomos pra nossa cabana esperar pelo almoço.
De novo na nossa cabana, almoçamos tipo a mesma sopa do dia anterior mas, dessa vez, sem água! Depois do almoço Dirk e Lyne foram faze uma caminhada, e Ludovic e eu aproveitamos pra dormir um pouco. Conversamos sobre nossos últimos dias, sobre o que poderíamos fazer, o que comprar, se devíamos trocar mais dinheiro ou não, comprar presentes e tal. Quando deu 18:00 a família pediu nossa ajuda pra “limpar” o pasto. A gente tinha que procurar onde tinha bosta de vaca, e ir pegando elas, e fazer montinhos grandes. Esses montinhos eram para que a bosta secasse e, depois, quando estivesse seca, eles usavam para alguma coisa, como acender fogo. Ontem, por exemplo, estava firo. Então acendemos fogo dentro da nossa cabana, mas no lugar de madeira, usamos bosta seca!
Depois disso jantamos exatamente o mesmo do almoço, mas com chá preto morno, que era muito ruim. Mas dessa vez jantamos junto com a família, então fingimos que estava muito bom. E durante o dia a gente ficava tipo contando o tempo pra chegar no hotel e tomar banho, e eu fazia a contagem regressiva de quantas refeições a gente ainda tinha que fazer com os nômades. Agora só faltava uma!, e a gente ficou feliz!
Quando acabou oi jantar eles chamaram a gente pra jogar um jogo típico da Mongólia, mas na verdade só nós que jogamos. Era tipo uma corrida de cavalo, que eles chamavam, e funciona assim: são vários, mas realmente muitos, “ossinhos”, que têm tipo 4 faces: cavalo, ovelha, camelo e cabra. Então a gente pega um tanto de ossinhos e forma um caminho com eles, sendo que todos devem ficar com a face do cavalo pra cima. Quando o caminho estiver formado, com o tanto de cavalinhos que a gente quiser, cada um pega um ossinho, coloca a face do cavalo pra cima, e coloca do lado da trilha, e quem chegar no final, primeiro, ganha. Para andar, cada um pega 4 ossinhos e joga, como dados. O número de ossinhos que caírem com a face do cavalo virada para cima é o número de “casas” que o jogador pode andar. Ou, se caírem cada um com uma face para cima, ou seja, 4 faces diferentes, o jogador também pode andar 4 casas. E é isso, simples assim. A gente começou a jogar, e cada um jogou umas 3 vezes. Aí, de repente, a luz acabou, e não voltou mais. E acabou por que já fazia um tempo que estava de noite, e a energia que eles têm é solar, mas é só um coletor, então não deu pra muito tempo. Então voltamos pra cabana, e a Evelyne embrulhou eu e Ludovic como se fossemos múmias, pra gente não passar frio dormindo.

fino!


acordando cedo pra tirar leite!


tirando leite


ta vendo como eu sei tirar!?




delícia!






outra maravilha!


arrumando a comida do dia!










desmontando




















mudando






montando


paredes








porta


preparando pro teto










quase pronto








pronto!


depilando as ovelhas




não dá, serio...


pegando a próxima vítima!






só parece leve...




monte de bosta!








Pizza!








jogando






múmia!


tentando dormir...