terça-feira, julho 28, 2009

28 de julho - nômades

Acordamos às 05:30, e como o café era só lá pras 08:00, comi uns biscoitos e tomei uma sopa. Às 06:00 era a hora de tirar leite das vacas. Para quem nunca fez isso, realmente é muito difícil. Primeiro que é tudo muito sujo, e também parece que as vacas da Mongólia têm tetas menores que as brasileiras, ou pelo menos que as belgas, segundo a Evelyne. A gente percebeu que esse leite que a gente estava tirando era o mesmo leite que os bebês vaca bebia, e por isso era tão ruim.
Depois de muito tempo, e muita dor nos dedos, pouco leite. Mas pra primeira vez, acho que nem foi tão pouco assim. Ainda era cedo, e dormimos um pouco antes do café. Para nossa felicidade, tomamos café na nossa cabana. Pra variar um pouco, biscoitinhos sem gosto. Mas para acompanhar, primeiro a manteiga que a gente já conhecia. Mas além dela, um creme feito a partir de leite de cabra. Tentei comer meia colher, e quase vomitei. A pior coisa até o momento, e fiquei feliz que a gente tinha trazido biscoito com a gente. Pra não deixar muito creme na vasilha, colocamos um tanto em uma sacola e jogamos no lixo, e alguns biscoitinhos, nós jogamos pros cachorros que estavam na porta da nossa cabana, e tudo bem. Eles pareceram gostar dos biscoitos.
Quando acabou o café, chegou a hora de mudarmos, como nômades. A família não ia mudar com a gente. A gente achava que faríamos uma mudança de uns 15 km, mas não foram nem 5. A gente foi pra tipo onde moram uns parentes do Aguan, então foi só nossa cabana. Pra desmontar foi até fácil. Primeiro tiramos tudo de dentro. Malas, camas, mesa. Depois tiramos as coberturas do teto e paredes, feitas de lã. Aí desmontamos o teto, as paredes, e pronto. Organizamos tudo pra caber no carrinho puxado pelo cavalo, e fomos andando.
Chegando ao nosso novo lugar começamos a montar a cabana, exatamente pelo caminho inverso. Primeiro as paredes, que se encaixavam de um jeito certinho, e aí cordas seguravam umas às outras. Aí colocamos a porta, e montamos o teto. Para montar o teto, primeiro colocamos duas pilastras para suportar a parte central. Então eu fiquei segurando as pilastras para que elas não se movessem, e a parte central não girasse, enquanto o resto das pessoas colocava os “palitos” que ligavam a parece à parte central, formando o teto. Feito isso ficou fácil. Só colocamos as coberturas pras paredes e para o teto, o chão, a mesa, e as camas. Nossa cabana estava pronta.
Depois de montarmos a cabana percebemos que eles estavam depilando as ovelhas. Mas não era com máquina, e sim com tesouras, o que achamos estranho. Eles deixaram a gente tentar, mas depois de umas tres tesouradas eu desisti, com medo de machucar as ovelhas. Quando um cara acabou com a ovelha que ele estava, pediu pra eu pegar outra. Foi até fácil, mas depois eu deixe ela escapar, e pra pegar ela de novo, agora que ela estava na área grande, foi bem difícil. Tem que pegar pelo pêlo das costas e da nunca, mas elas correm muito, e ainda ficava mais difícil por que a que eu queria estava no meio das que já estavam depiladas, o que atrapalhava. Mas eu consegui, e aí fomos pra nossa cabana esperar pelo almoço.
De novo na nossa cabana, almoçamos tipo a mesma sopa do dia anterior mas, dessa vez, sem água! Depois do almoço Dirk e Lyne foram faze uma caminhada, e Ludovic e eu aproveitamos pra dormir um pouco. Conversamos sobre nossos últimos dias, sobre o que poderíamos fazer, o que comprar, se devíamos trocar mais dinheiro ou não, comprar presentes e tal. Quando deu 18:00 a família pediu nossa ajuda pra “limpar” o pasto. A gente tinha que procurar onde tinha bosta de vaca, e ir pegando elas, e fazer montinhos grandes. Esses montinhos eram para que a bosta secasse e, depois, quando estivesse seca, eles usavam para alguma coisa, como acender fogo. Ontem, por exemplo, estava firo. Então acendemos fogo dentro da nossa cabana, mas no lugar de madeira, usamos bosta seca!
Depois disso jantamos exatamente o mesmo do almoço, mas com chá preto morno, que era muito ruim. Mas dessa vez jantamos junto com a família, então fingimos que estava muito bom. E durante o dia a gente ficava tipo contando o tempo pra chegar no hotel e tomar banho, e eu fazia a contagem regressiva de quantas refeições a gente ainda tinha que fazer com os nômades. Agora só faltava uma!, e a gente ficou feliz!
Quando acabou oi jantar eles chamaram a gente pra jogar um jogo típico da Mongólia, mas na verdade só nós que jogamos. Era tipo uma corrida de cavalo, que eles chamavam, e funciona assim: são vários, mas realmente muitos, “ossinhos”, que têm tipo 4 faces: cavalo, ovelha, camelo e cabra. Então a gente pega um tanto de ossinhos e forma um caminho com eles, sendo que todos devem ficar com a face do cavalo pra cima. Quando o caminho estiver formado, com o tanto de cavalinhos que a gente quiser, cada um pega um ossinho, coloca a face do cavalo pra cima, e coloca do lado da trilha, e quem chegar no final, primeiro, ganha. Para andar, cada um pega 4 ossinhos e joga, como dados. O número de ossinhos que caírem com a face do cavalo virada para cima é o número de “casas” que o jogador pode andar. Ou, se caírem cada um com uma face para cima, ou seja, 4 faces diferentes, o jogador também pode andar 4 casas. E é isso, simples assim. A gente começou a jogar, e cada um jogou umas 3 vezes. Aí, de repente, a luz acabou, e não voltou mais. E acabou por que já fazia um tempo que estava de noite, e a energia que eles têm é solar, mas é só um coletor, então não deu pra muito tempo. Então voltamos pra cabana, e a Evelyne embrulhou eu e Ludovic como se fossemos múmias, pra gente não passar frio dormindo.

fino!


acordando cedo pra tirar leite!


tirando leite


ta vendo como eu sei tirar!?




delícia!






outra maravilha!


arrumando a comida do dia!










desmontando




















mudando






montando


paredes








porta


preparando pro teto










quase pronto








pronto!


depilando as ovelhas




não dá, serio...


pegando a próxima vítima!






só parece leve...




monte de bosta!








Pizza!








jogando






múmia!


tentando dormir...

Nenhum comentário: